Plano de negócios – quando fazer?

Plano de negócios é um instrumento de planejamento que contém estimativas de fatos e dados futuros relativos a um negócio. Normalmente começa com referenciais básicos estratégicos (Missão, Visão, Valores), segue com estudos de mercado (clientes, concorrência, barreiras de entrada, produtos substitutos, fornecedores) e tendências tecnológicas, e tem o seu auge nas estimativas de ganho financeiro (receitas-despesas) e atingimento de objetivos. Assim, ele é:

  • Fundamental quando se pensa em abrir um novo negócio. É o plano que vai fornecer a segurança de que realmente vale a pena entrar nessa nova aventura.
  • Imprescindível quando se pretende captar recursos para investimento no negócio. É o plano que vai fornecer a segurança ao investidor de que vale realmente a pena aportar recursos.
  • Recomendável quando o negócio está sujeito a mudanças radicais. É o plano que vai fornecer a segurança aos donos do negócio de que realmente será possível sobreviver e ter ganhos frente às mudanças.

Você se enquadra em alguma dessas três situações?  Venha conversar e empreender bem.

Porque perdi uma boa oportunidade

Estava ali, ia acontecer em breve. Os planos da minha empresa contemplavam aproveitar aquela oportunidade. Vi inúmeros pontos fortes, meus e da minha equipe, que me transmitiram a certeza de que era só partir para as comemorações, já já. E….. simplesmente não aconteceu.

O que houve? Erro clássico do estrategista otimista: olhei apenas para o potencial ofensivo da empresa, sem refletir sobre as debilidades. Porque oportunidades, para serem bem aproveitadas, necessitam de forças que as alavanquem, sim, mas precisam também que as fraquezas não sejam suficientes para debilitar os esforços de sua conquista. É um balanço que não pode ser deixado de lado! E eu deixei…

Negligenciei a importância dos pontos fracos. Não avaliei a real consequência da atuação deles debilitando a empresa e impedindo que a oportunidade fosse aproveitada. Deu no que deu.

Esse é definitivamente um dos erros que não cometo mais. Logo eu, que adoro uma SWOT!!!!

Oportunidades que dão certo

Quantas vezes deixamos escapar boas oportunidades para a nossa empresa? Uma das formas de evitar que isso aconteça é casar as forças com as oportunidades. Como??

Comecemos com o correto entendimento do que é oportunidade. É todo fato, pessoa ou característica externa à sua empresa, daqueles que não controlamos, ou seja, acontecem, surgem, independente das ações da empresa no mercado, e que de alguma forma alavancam os negócios. Pode ser uma alteração do mercado, um fato político, mudanças de comportamento dos consumidores, novas tecnologias e outras “boas” novidades. E consideramos como oportunidade porque está aderente à Missão e aos objetivos da empresa.

Quando paramos para observar essas boas novidades podemos até ficar meio perdidos: elas podem ser muitas! Então logo de início vamos nos ater àquelas que têm sinergia com os pontos mais fortes da nossa empresa.  Somos bons e eficientes na gestão de projetos de investimentos? Sim!!! Estão surgindo inúmeras fontes novas de financiamento para pequenos empresários? Sim! Opa, essa oportunidade não podemos deixar escapar. Hora de tirar da gaveta aquele projeto de expansão para atendimento de novas regiões.

É isso, identificar oportunidades (inclusive, e principalmente, as que ainda nem estão muito claras para todos) e aproveitar aquelas que as nossas forças internas conseguem dar conta. Aí não tem como não dar certo!

Como as fraquezas impactam a sua empresa

Fraquezas podem impactar de duas formas: ou impedindo que a empresa aproveite as oportunidades de mercado que estão surgindo, ou fazendo um match com as ameaças do mercado e prejudicando ou até falindo o seu negócio.

Mas, afinal, o que é exatamente uma fraqueza? É toda e qualquer característica interna da empresa que por si só atrapalha o alcance dos objetivos empresariais. São características controláveis, tais como: deficiências no tamanho e na competência da equipe, más condições das instalações físicas, inadequações tecnológicas, falta de planejamento, desconhecimento da LGPD, e por aí vai.  Algumas características pessoais podem até ser fraquezas de um líder ou de um colaborador, porém somente serão consideradas fraquezas empresariais caso impeçam o cumprimento dos objetivos ou da Missão, ou até caso ofendam os valores e princípios da empresa. É preciso saber distinguir… afinal pessoas são pessoas, com suas características próprias diversas.

Liste as fraquezas de sua empresa e utilize uma ferramenta para identificar o nível de impacto que cada uma causa (uma análise SWOT, por exemplo).  Se os atrasos recorrentes da sua logística de entrega estão fazendo sua empresa perder mercado em algumas regiões de alta rentabilidade, é hora de corrigir isso! Ah, mas espera aí, tem também o alto CAC (custo de aquisição de clientes), bem maior do que o da concorrência, e que está consumindo uma parte considerável dos resultados… Então, mensure o impacto dessas duas fraquezas e escolha qual atacar primeiro. E essa mensuração tem que ser em relação às oportunidades perdidas e em relação ao favorecimento que essas fraquezas podem estar causando nos efeitos das ameaças do ambiente externo. Olhe sempre sob os dois prismas!

E VQV, perseguindo o sucesso!

Você conhece as forças da sua empresa?

Embora a resposta mais comum a essa pergunta seja: “Sim, conheço.”, muitas vezes essa é uma resposta errada. Melhor seria: “Talvez…” ou então “Creio que não conheço todas, não.” E por que essa dúvida? Porque muitos não se atentam para dois pontos fundamentais para uma resposta correta. O primeiro é o entendimento do que é uma FORÇA. E o segundo é o entendimento do contexto temporal.

Vamos ao conceito de força. É toda característica interna controlável, tangível ou intangível, que contribui de forma positiva para o atingimento dos objetivos da empresa. Alguns exemplos: ambiente arejado e agradável, conhecimento técnico da equipe, simpatia dos atendentes, variedade de produtos, cumprimento de prazos. Podemos, por meio de nossas ações e controles, tornar essas características melhores ou piores, reforçando-as ou enfraquecendo-as. 

Agora vejamos o contexto temporal. O primeiro exemplo de força acima citado, ambiente arejado e agradável, perdeu todo o sentido como força durante o período da pandemia nos anos 2020 e 2021. Se, por força de questões sanitárias e de saúde, o cliente ficou impedido de frequentar as instalações da sua empresa, de que adiantou naquele período elas serem tão agradáveis assim? Talvez até isso tenha perdido totalmente o conceito de força caso fosse um espaço alugado e tivesse incorrido em aumento desnecessário de custo. Assim, a mesma característica pode ter efeitos diferentes dependendo do contexto. Esse caso foi fácil de entender, porém às vezes nos apegamos em características que gostamos, aquelas pelas quais temos algum laço afetivo, e não observamos que elas podem estar obsoletas, ou inadequadas para aquele momento do mercado ou até da maturação do negócio. 

Reveja aí sua lista de forças e aproveite melhor o potencial que elas podem oferecer ao seu negócio!

Planejar é fácil, difícil é fazer

Você é desse time? Consegue parar e pensar, estudar opções, tomar decisões sobre o que fazer, organizar a sequencia das ações, estipular datas, ver recursos, enfim, montar um plano? Parabéns, meio caminho andado.

Mas se você tem dificuldade em tornar esse imaginário de ações futuras em fatos reais, pare! Pare novamente e pense. Pense no que pode estar errado. Seguem alguns itens para ajudar a sua reflexão:

1 – Reveja o planejamento. Foi feito com dados confiáveis? Suas fontes são primárias?

2 – Como você lidou com as incertezas? Estudou diferentes opções para lidar com elas?

3 – Verifique se os recursos planejados estão disponíveis ou ao alcance.

4 – Tem objetivos e metas no seu planejamento? Porque uma coisa é saber O QUE fazer, outra é, além disso, QUANTIFICAR e DAR PRAZOS.

5 – Seu planejamento tem um organograma de acompanhamento?

6 – Sabe onde está a sua CORAGEM? Coloque-a bem na frente do peito, junto ao coração.

Pronto! Essa meia dúzia de dicas vai tornar bem mais fácil fazer o seu planejamento acontecer. Confie!

Tempo? Cada cliente tem o seu

Nunca temos tempo para nada. E seguimos nos atrasando. No mundo do empreendedorismo deixar o cliente esperando ou não cumprir o prazo prometido pode ser fatal!

Como tentamos resolver isso? Ou ignorando o problema (pior opção!), ou chamando mais gente para as tarefas, ou comprando softwares caríssimos de gestão (aumento de custos!), ou estendendo as horas de trabalho, varando madrugadas (olha a saúde indo para o brejo!), ou colocando em ordem o que é urgente e o que é importante (ordem de prioridade – é a melhor opção!).

Porém, aqueles que seguem o que chamamos aqui de melhor opção, às vezes esquecem que cada cliente tem o seu tempo. Organizamos os processos internos, fazendo cada serviço ou separando cada produto de acordo com o dia da compra ou fechamento do contrato. Poucas vezes levamos em consideração o tempo do cliente. O verdadeiro tempo do cliente. Clientes que efetivamente precisam do produto ou serviço antes, devem receber antes. Clientes que dependem de outras atividades/compras para que possam utilizar o seu produto ou serviço, devem receber depois. Cada caso é um caso.

Artesãos sabem muito bem perceber esse tempo do cliente. E colocam o prazo de entrega geralmente baseado nessa percepção. Entregam o mesmo produto/serviço em 2 ou 20 dias, dependendo do tempo do cliente. Enquanto isso, internamente, vão organizando seus processos de forma a concatenar a produção e entrega com o tempo percebido de cada cliente. Que tal seguirmos essa experiência de sucesso dos artesãos?

Na hora de definir o prazo de entrega, concentre-se no seu cliente, nas necessidades dele. Você vai identificar os que precisam em menos tempo do produto/serviço, os que precisam em um tempo mais estendido, os que dizem que precisam já, porém é claro que não, e também aqueles que dizem não ter pressa mas você percebe claramente que é melhor ele receber logo. E, se no caso do seu negócio, o número de clientes for alto demais, não permitindo essa individualização, crie grupos, classifique-os de acordo com a percepção de tempo percebida.

Experimente essa dica e veja como seus atrasos vão diminuir sensivelmente.